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A OBRA

Construir, edificar, fazer com as mãos uma obra, um lar.

Muitos trabalhadores da construção fazem desse ofício sua profissão.

Aqui procuramos homenagear esses profissionais que lidam com o barro, a terra e suam dia a dia para nos dar conforto e prazer.

Esse prazer pode ser notado quando recebemos finalizado o nosso projeto, 
a nossa casa o nosso lar.

[Clique nas imagens para ampliar]



Muitas vezes cansada, descansa a pensar


Entre entulhos, tijolos, cimento, que usa para edificar,



quando terei, uma casa, um teto, um lar!?


Que para tantos construo, tão distante do teu,
e que não posso chamar de meu.


É com arte que o arquiteto desenha, um artista de curvas e traços, 
é com técnica e instrução que o engenheiro orienta, mas é com o sangue o suor e o trabalho de nossas mãos calejadas e muitas vezes mal pagas que o alicerce fica forte.


em meu breve descanso ainda penso...


Como é bom poder trabalhar, e ter saúde,

Poder construir, sonhos, prazer e dar tranquilidade,


a muitas famílias que nas casas formam os lares,


e com o meu suor, meu trabalho, 
unindo horas a fio os tijolos, formando cantos, 
que vão ser usados para desfrutar momentos de puro encanto,


Fico feliz, me sinto gente importante, sei que existo e portanto, 


de minhas mãos, de meu trabalho,
surgem formas, paredes, salas, e quartos,


que são moldadas como em um quebra cabeças, em um terreno plano
e que ali vão desfrutar de momentos felizes, as famílias que vão morar nessa casa que de mim brotou como num encanto. 



Meu corpo por vezes dói, sinto cansasso, mas não desanimo,


Peneiro a areia, retiro detritos, purifico a massa, 


Meu corpo é forte, no sul ou no norte, sou eu que edifico.


em formas concretas, em paredes retas, com prumo e com fio, 
meu sonho de poeta, das coisas incertas sou eu que edifico,
entre sonhos desfeitos, construo o teu leito para que possas descansar.


Desfrutar entre afagos, entre beijos e carinhos tudo de bom, que se pode ter em um lar.


Há! como é bom saber que de mim, 
mesmo que não penses assim, 
vais poder morar muito bem e melhor,


e nos dias felizes, nem de longe perceber que estive ali,
pertinho de você, para te fazer mais feliz,
e na rua distante, passeando entre passantes,
nem sabemos que é,
Aquela que constrói e o que reside.
Aquele que mora e hoje decide
se ali vai viver. 


Sou eu simples assim, que se quer lembras de mim, que faço teus sonhos uma realidade.


Desejos senti, alegrias vivi, quando estive aqui.
Por vezes sonhei, com você eu pensei que poderia viver.
Nessa casa, nesse quarto, um amor, um abraço, que eu tanto esperei.


Mesmo assim sigo em frente, 
viajando com a mente enquanto faço forte essa massa, 
que segura os tijolos, que compõe esse solo,  


e nela me fortaleço,
deixo forte o meu corpo, que no sol é modelado, 
os meus músculos são aparentes como paredes sem reboco,
minha cor é temperada com suor, calor e energia que por mim passa dia a dia,
sem poder sequer fraquejar.    


Pois sou uma nordestina forte,
que estando no sul, ou no norte,
todos os dias tem que trabalhar,
seja na terra plantando,
ou na obra edificando,
o sonho de muitos realizar,


de que um dia sorrindo,
acordando de um sonho, 
poder ver realizado,
acordado, nele poder viver, 
os seus dias mais lindos,
de amor, de paz e de tranquilidade.


E assim partirei feliz para outra obra realizar, 
onde novamente terei lindos sonhos a concretizar,


Não sou boa com as palavras,
pois o tempo assim não o quis,
mas sei expressar o que verdadeiramente me faz muito feliz.


Meu trabalho, é simples mas necessário,
não só para mim mas para você,
que é doutor e que sabe ler,
mas de certo não poderia fazer o que eu, menina tão simples, posso fazer por você.


Fazer dessa massa, teu sonho de graça,
é meu bem querer,
e no final vou embora, 
pois já esta na hora do sol descansar,


e eu vou medindo...


revendo e fazendo...


carregando e levando...


vou tecendo, vou pintando o teu sonho
 que você tanto esta querendo.



E por aqui eu vou ficando, esperando que no fim,
você possa gostar, não apenas do trabalho,
mas que possa gostar só um pouquinho de mim.


Texto e fotografia: Fred William
modelo: Márcia Dutra